sábado, 3 de julho de 2010



ODE À ESTAMIRA





Fabrício Brandão


 uma certa cara rajada
e eu cato verbos no monturo
para limpar as falsas purezas

abraço a companhia dos invisíveis
pois eles justificam a minha intensa vontade
de não entender o solo que esmago

a boca tritura a razão que inventei
quando sei berrar ao divino
minha sã doutrina

fui apedrejada pelos restos do cometa esperado
mas, mesmo assim,
sei amansar águas com os olhos




*Para Estamira, nobre catadora de sonhos.

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