quinta-feira, 1 de abril de 2010

_ Luiz Delfino e o minimalismo dos seus di-Versos _


Aqui a chuva
ainda desce
mas não
esquece
de vir iluminada

II.

Da tormenta,
cada pingo,
um grão de areia
atingido

III.

O Sol
acima
abrasa
a nuvem.

A água
abaixo
arrasta
o monte.

A vida
sem
horizonte.

IV.

O céu azul,
portal
para a
eternidade

A terra
cinza
não é abrigo
é jazigo



de repente o sol surge,
a alegria vem,
mas amanhã....
é de ninguém

V.


Tudo está ficando bem,
no céu há doce cenário,
torrentes ainda nos vem
e todos em campanário,

assistem a construção,
na terra, que da água teve,
da mais altiva aflição
por tempo, morta de sede,

Barrancos, alguns deslizam,
a cinza camada verde,
das folhas que se balizam
no solo que ainda se perde.

Nas praças há sempre a graça,
de tudo parecer bem,
e de onde surgiu desgraça,
devassa se faz também.

Luiz Delfino

Nenhum comentário:

Postar um comentário