domingo, 4 de julho de 2010

Outonal

Cai uma folha no poente destes dias
O que era nítido torna-se difuso
Babel renasce em cinzas de um deserto próprio
E o vento busca em vão uma harmonia

A solidão é em mim um oásis às avessas
Lutando em vão contra a miragem certa



Amélia Pais

7 comentários:

  1. Amélia,
    Este poema é de uma delicadeza impar, trata a solidão com mãos de afagos.Guardei por anos e anos,sempre relendo e sempre me encantando .
    Bjs, anamerij

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  2. Uma solidão outonal cantando ao desafio e é Babel... às avessas, um belo poema nasce no papel? Belo, beijos.

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  3. Obrigada, amigos.Aqui é verão...faz 40º...

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  4. E já que é verão aqui, ai vai um outro antigo poema:

    Verão


    O que há de novo na tarde
    Verdadeiramente tarde
    Verdadeiramente terna
    É este gosto novo de cantar
    É esta fome absurda de verão

    Amélia Pais

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  5. Se a Elane Tomich me convidou, quem sou eu para deixar de dizer que seu poema é maravilhoso!!!!

    Serei mais um seguidor seu....

    Beijão do ZC

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  6. ...penso que 'traduziste' algo de muito pessoal, que está na vida de muitos seres; diria que jamais 'senti' tão bem algo de mim como nestas palavras.

    Ave, Amélia, que teu poema é de estarrecer...

    meu beijo,
    El

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  7. Cante, Amélia, pois nos delírios de suas frases brotarão, em todas as estações do ano, novos poemas. Belos poemas.

    Abraços piauienses

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