domingo, 23 de maio de 2010

anadeabrãomerij

_ quisera _


quisera mais largo

o arco do meu canto e mais audaz

essa força que nunca me corresponde



quisera alcançar com meus passos

outros hemisférios onde a vida não zurze a alma



há um furo

na veia da página que escrevo

tão fundo que sangra



nem falo das ameias ou dos muros

onde minha voz assassinada ou de minha alma

gasta e suja pelo pó das batalhas



há um furo

no bolso do meu poema

tão fundo que dói



quisera...

apenas antecipar-me as gaivotas

e com as mãos límpidas plantar tílias e almíscar junto ao lago

preparando um caminho amoroso para a poesia :- nada mais!



anadeabrãomerij

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