AO SILÊNCIO
O silêncio é instrumento
comparável ao esqui –
é passar e deslizar
cuidado aqui, não vá /
cair.
O silêncio é vertigem
ver, ouvir e não falar –
talvez por falto de assunto
talvez por muito sentir /
ainda mesmo que coce
no vão da língua uma impigem.
O silêncio é veludo
que veste de gala e zelo:
parece, pois, desmantelo
um não querer ficar mudo.
No mapa do meu teclado
há um tesouro: o espaço
em branco
para mostrar
a cor do silenciar.
Walter Cabral de Moura
Também gosto de ler o Walter aqui.E do poema, claro.E de o ter como amigo.Abraço
ResponderExcluiro grande walter cabral de moura num belo poema! Que bom lê-lo! Que bom tê-lo como Amigo!
ResponderExcluirgrandes poemas e um abraço.
Jorge
Meu amigo Jorge Vicente, agradeço o olhar sempre generoso que tem. Verdadeiramente grandes são a alegria da amizade e o abraço que mando.
ResponderExcluirWalter
Obrigado, Amélia, pela generosidade. Um abraço muito grande, minha amiga.
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